25 de abril de 2011

SÓ DE SACANAGEM







SÓ DE SACANAGEM

Mi corazón late con fuerza!
¿cuántas veces mi esperanza será puesta a prueba?
¿por cuántas pruebas tendrá que pasar?

todo eso que está en el aire: valijas, ropa interior que van
estúpidas de dinero, de mi dinero, de nuestro dinero
que reservamos para educar a los pequeños
más pobres que nosotros,
para cuidar gratuitamente de la salud de ellos y de sus padres.
ese dinero que viaja en la valija de la impunidad y yo ya no puedo más.
¿cuántas veces, mi amigo,
muchacho, mi confianza va a ser puesta a prueba?
¿cuántas veces mi esperanza va a esperar en el muelle?
es cierto que los tiempos difíciles existen para perfeccionar
el aprendizaje, más no es cierto que la mentira
de los malos brasileños vaya a quebrar nuestra nariz.
mi corazón está en la oscuridad.
la luz es simple, regaba al consejo simple de mi padre,
mi madre, mis abuelos y los justos que los precedieran:

" -no robarás!"

" -devuelva el lapiz a su compañerita!"

" - ese señalador no es suyo, mi hijita!"

al revés de eso, tanta cosa asquerosa y torpe he tenido que escuchar.
hasta habeas-corpus preventivo, cosa de la cuál nunca
he visto hablar, y sobre la cual mi pobre lógica todavía insiste:

ese es el tipo de beneficio que sólo al culpable le interesará.

pues bien, me emocionaba, con la vieja y fiel fé de mi pueblo
sufrido, entonces ahora voy a hacer alarde:

más honesta todavía voy a ser.
sólo de broma!

dirán:

" -deja de ser boba, desde cabral que aqui todo el mundo roba."

y yo voy a decir:

" -no importa!, será éste mi carnaval. voy a confiar más y otra vez.
yo, mi hermano, mi hijo y mis amigos. vamos a pagar la limpieza a quien
debe recibir limpieza de nuestros clientes. Con el tiempo la gente
consigue ser libre, ética y escambou"

dirán:

" -es inútil, todo el mundo aquí es corrupto, desde el primer
hombre que vino de portugal".

y yo diré:

" -no permito! mi esperanza es inmortal!"

y yo repito, oyeron?

I N M O R T A L ! ! !

se que no da para cambiar el comienzo, más,
si la gente quisiera, va a dar para cambiar el final.




Elisa Lucinda- Brasil









SÓ DE SACANAGEM

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?

Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam
entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos
duramente para educar os meninos mais pobres que nós,
para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais,
esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não
posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai
ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz,
mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar
no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples,
regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe,
minha avó e os justos que os precederam:

"Não roubarás",

"Devolva o lápis do coleguinha",

"Esse apontador não é seu, minha filha".

Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha
visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste:
esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu
povo sofrido, então agora eu vou sacanear:
mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem!
Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba"

e vou dizer:
"Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez.
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo
a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão:
"É inútil, todo o mundo aqui é corrupto,
desde o primeiro homem que veio de Portugal".

Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas,
se a gente quiser, vai dar para mudar o final!


Elisa Lucinda- Brasil






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Elisa Lucinda (Vitória, Brasil, 1958)
Poeta, actriz y cantante.








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